Este link, via Fundación Andreu Nin (Nin, assassinado pela GPU stalinista em 1937, era dirigente do POUM, Partido Obrero de Unificación Marxista, cujo centrismo Trotsky elenca dentre as causas da derrota para o fascismo na Guerra Civil Espanhola, vide "The Lessons of Spain: The Last Warning", aqui), trata da Coreia do Norte. Precisamente, denuncia violações a direitos humanos no país bem como o uso de campos de concentração para fins correcionais, inclusive para delitos de opinião. É possível que as denúncias sejam verdadeiras- as fontes das denúncias, ONG's e órgãos das Nações Unidas, têm contra si a suspeita de parcialidade, mas por outro lado o próprio regime, ao se fechar em si mesmo, impossibilita a verificação dos fatos pelo restante da comunidade internacional, e, por óbvio, as versões do próprio regime não são igualmente isentas. Como quer que seja, e sem querer justificar uma coisa com outra, campos de concentração não são exclusividade da Coreia do Norte, vide por exemplo a Guantánamo dos ianques, nem a violação a direitos prisionais, triste realidade mesmo no "desenvolvido" Ocidente. Está na pauta do dia, aliás, o julgamento, aqui no Brasil, dos responsáveis pelo massacre do Carandiru (aqui).
No texto que indico acima, o articulista diz que "en Corea del Norte la economía está estatizada, y es controlada férreamente por una burocracia". Esse binômio caracteriza, corretamente, o país como um Estado Operário degenerado burocraticamente. O aspecto objetivo -planificação da economia, sem a qual não há socialismo- mais o aspecto subjetivo: quem está por trás de tal economia. Se uma casta burocrata, temos um socialismo degenerado. Socialismo pleno -na medida em que exista algo "pleno"- só existe quando há autodeterminação da classe trabalhadora, só existe diante do autogoverno dos trabalhadores.