Causa comoção o novo episódio de violência na cidade, o estupro cometido durante um assalto a ônibus (aqui, aqui). O fato do criminoso ser menor aumenta o clamor público pela redução da maioridade penal, discussão na berlinda em razão do recente assassinato de um universitário, também em um assalto, por um menor, em São Paulo (aqui).
A redução da maioridade penal é assunto complexo, e me reporto a este post, onde aprofundo um pouco -mas apenas um pouco- o tema. Desde já há que lembrar que não se reduz criminalidade na base da canetada ou do recrudescimento da política criminal. Assunto complexo que é, o "crime" pressupõe soluções -se é que se pode falar em soluções- complexas.
O que causa espanto no episódio do estupro, para além do próprio ato abjeto de estupro, é o fato de nenhum dos passageiros ter agido no sentido de deter o criminoso. É claro que não se deve reagir diante de indivíduos armados; mas será que a dinâmica dos fatos não permitiria que alguém interferisse? Afinal, era apenas 1 (um) sujeito, com um revólver, concentrado em um estupro (!) à vista dos demais passageiros. Não havia homens naquele veículo, alguém com coragem o bastante para agarrar o meliante? Repito que ninguém deve tentar bancar o heroi. Mas o fato, ao menos como passado pela mídia, dá a entender que as coisas poderiam ter sido diferentes. Parece-me outro sintoma do individualismo reinante: ninguém quer se meter, ninguém quer se envolver. Se não é conosco, tudo bem. Cada um por si e deus por todos.
Um adendo: o companheiro Daniel Tofahrn informa que, conforme o noticiário apurou, o criminoso utilizava uma 9mm., e não um revólver. Mas isso não afeta a ideia do post.
ResponderExcluir