Para Fernando Rodrigues Felix
Muito tempo depois, escuto novamente a música Mantra de Nando Reis que, no final das contas, ainda é o titã mais em evidência, ao lado de Tony Bellotto. A letra traz o chamado oriental ao desapego: Quando não se tem mais nada/ Não se perde nada. É preciso perder para crescer; esvaziar para tornar a encher, mas com um conteúdo novo.
Lançar tudo fora, abrir mão de tudo. O que (re)encontraremos, nesse vazio? Rumi, lá do século XIII islâmico, ecoa esse apelo milenar:
(...)
Eu deixei o meu cérebro.
Eu rasguei minha roupa em pedaços
e joguei-a fora.
Se você não está completamente nu,
então se enrole num lindo roupão de palavras
E durma.
Precisamos estar nus. Despindo, revelamos.
Enquanto nós aqui, na sociedade de classes do século XXI- no afã de acumular, do ponto de vista material, mais e mais e, nesse "mais", nos tornando cada vez "menos". Já nos dizia Marx, "a desvalorização do mundo humano cresce na razão direta da valorização do mundo das coisas".
Muito obrigado pela homenagem, adorei. :) ;)
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