Eis que as Platitudes parecem um tanto abandonadas, e com efeito ao longo de todo o mês de julho houve apenas quatro postagens, produção ínfima para quem queria escrever em várias doses diárias. É que a vida atropela os planos. Além da falta de tempo habitual, as redes sociais, notadamente o Facebook, acabam servindo, elas próprias, de veículo para essas platitudes. O "senão" é que, se em um blog a "perenidade" de algo -seja um comentário, reflexão ou crítica- é relativizada, pela própria natureza da ferramenta, diferentemente de um site propriamente dito ou de um trabalho publicado, no Facebook tudo é ainda muito mais efêmero. Os melhores posts (e não quero dizer que seja eu a produzi-los, longe disso) são soterrados, em questão de segundos, pela pletora de imagens fofinhas e mensagens religiosas de autoajuda que reinam em nossas timelines. O grosso do Facebook consegue ser mais banal que nossas platitudes.
"(...) as realidades mais óbvias, onipresentes e fundamentais são com frequência as mais difíceis de ver e conversar a respeito. Dito dessa forma, em uma frase, é claro que isso não passa de uma platitude banal, mas o fato é que nas trincheiras cotidianas da existência adulta as platitudes banais podem ter uma importância vital, ou pelo menos é o que eu gostaria de sugerir a vocês nessa manhã de tempo seco e agradável." (David Foster Wallace, "This is water", 2005)
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