"(...) as realidades mais óbvias, onipresentes e fundamentais são com frequência as mais difíceis de ver e conversar a respeito. Dito dessa forma, em uma frase, é claro que isso não passa de uma platitude banal, mas o fato é que nas trincheiras cotidianas da existência adulta as platitudes banais podem ter uma importância vital, ou pelo menos é o que eu gostaria de sugerir a vocês nessa manhã de tempo seco e agradável." (David Foster Wallace, "This is water", 2005)

segunda-feira, 8 de abril de 2013

E morre Margaret Thatcher

A dama de ferro encontra seu termo, aos 87 anos (aqui). Como boa apóstola do neoliberalismo que foi, não merece ter a morte chorada. O capitalismo é intrinsecamente ruim (é baseado na competição e apropriação privada do trabalho alheio), mas não há nada pior que o capitalismo em sua feição neoliberal. O liberalismo clássico de Adam Smith é ingênuo e tem, a seu favor, o atenuante de pertencer a uma fase histórica anterior ao capitalismo selvagem (sua "A Riqueza das Nações" é de 1776, paralela à nascente revolução industrial). Já o neoliberalismo é cruel: é o desmanche metódico da máquina pública, das conquistas do Estado Social, é o combate ao sindicalismo, é a manutenção deliberada de desempregados, o famigerado "exército de reserva".

Foi essa a opção político/ econômica de Thatcher que, não bastasse, foi a vencedora da Guerra das Malvinas, essa infame mostra do imperialismo britânico na América do Sul. Em suma, vá pro diabo que te carregue, Maggie.

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