"(...) as realidades mais óbvias, onipresentes e fundamentais são com frequência as mais difíceis de ver e conversar a respeito. Dito dessa forma, em uma frase, é claro que isso não passa de uma platitude banal, mas o fato é que nas trincheiras cotidianas da existência adulta as platitudes banais podem ter uma importância vital, ou pelo menos é o que eu gostaria de sugerir a vocês nessa manhã de tempo seco e agradável." (David Foster Wallace, "This is water", 2005)

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Informação de mais, tempo de menos

Aproveitando uma brecha na tarde de ontem para procurar alguns assuntos: o "Dogma e Ritual da Alta Magia" de Eliphas Levi, Percy Shelley, Giordano Bruno, cainismo. Quase nenhuma relação entre si, mas uma coisa puxa a outra. É fascinante que os assuntos mais díspares estejam à disposição, a um (lá vai clichê) mero toque de botão. Lancemos no Google e lá estará tudo, sem que necessitemos nos deslocar à biblioteca mais próxima. Gosto do ambiente de biblioteca: o cheiro dos livros, o ar austero que é inevitável, o silêncio. Mas aqui, na cadeira defronte ao computador, temos uma autonomia que a biblioteca não pode dar.

Informação temos de sobra, portanto. Falta é o tempo para aprofundamento. Ars longa vita brevis. Já escrevi, no blog antigo, um post sobre este paradoxo: como, ao lado do excesso de informação, há o subaproveitamento dessa informação. Não conseguimos digerir tudo, por falta de tempo ou, o que é pior, falta de interesse.

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